quarta-feira, 29 de julho de 2009


sexta-feira, 17 de julho de 2009

Clarice Lispector

"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la."

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Frames

A montagem de Frames tem sido para mim uma experiência enriquecedora. Quando começamos os ensaios, mesmo já existindo um texto pronto, sabíamos que ele não estava fechado. A proposta era exatamente a de estar aberto a mudanças, a novas idéias vindas de todos os envolvidos no processo. Confesso que no início não foi fácil para mim.
O desapego não é fácil.
Mas hoje, depois de acalorados debates e trocas de idéias, percebo o quanto é bom trabalhar com pessoas disponíveis, motivadas, interessadas, inteligentes e sensíveis.
O texto está mais rico, a encenação está diferente de tudo o que eu e o Flávio Faustinoni, meu diretor e parceiro de outros trabalhos, fizemos até hoje. E cada vez mais percebo que estar ao lado, produzir, acompanhar cada etapa do processo, é fundamental para mim. Afinal, o ato de escrever é muito solitário e eu preciso, definitivamente, das pessoas.
É maravilhoso ver a peça se construir aos poucos diante de nossas certezas e indecisões, de nossos olhares ternos e aflitos, da emoção que aflora em todos quando uma imagem se constroi. E hoje, especialmente, a emoção tomou conta de mim. Tenho um carinho muito especial por Fogos no Céu de Meia Noite, um dos três textos que compõem o espetáculo. Ao ouvir um trecho da música composta pelo Flávio para este texto e saber como essa história será contada, chorei. Um choro pra dentro, sem lágrimas, sem que ninguém percebesse. Um choro de quem sabe que está rodeado por anjos, no palco e na vida!

sábado, 4 de julho de 2009

TEMPO QUE PASSA.

"Já vivi mais da metade dos anos que viverei daqui pra frente". Li esta frase há uns dois anos em um texto de um autor cujo nome não me lembro ( ah, a idade) e ela ficou gravada em minha memória.
Hoje, não sei porque, ela bateu forte dentro de mim. Talvez por já estar com 45 anos e ter a certeza absoluta de que vivi mais da metade da minha vida.
Não chegarei aos 90.
Não quero chegar aos 90.
E por ter esta certeza dentro de mim, me encontro em um momento extremamente reflexivo. Penso no que deixei pra trás, no que ainda virá, nos amigos que se foram, nos que compartilham a minha vida e nos outros que estão por vir, no amor do presente e nos amores do passado e do futuro, nas palavras que escrevi e naquelas que surgirão no momento certo e ainda serei capaz de digitar ou pronunciar.
Sei que ainda tenho muito para fazer e a dizer mas o tempo, com certeza, não permitirá que eu concretize tudo. Então, pelo menos, que eu consiga fazer o melhor no que farei daqui pra frente. Que minhas palavras sejam menos duras, as minhas mágoas e meus rancores cada vez mais ausentes, meus amigos mais verdadeiros, meus amores mais serenos. Pois como já escreveu Mário Quintana, "quero, um dia, dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena."