sábado, 20 de fevereiro de 2010

CAPÍTULO IX

Enquanto rolava a muvuca na TV, o detetive Steves se esbaldava na cama de Diego. Nunca, em toda a sua vida, o enrustido profissonal da lei havia experimentado um sexo tão maravilhoso como aquele.

- Me bate, gritava Steves.

- Não bato em padres. É pecado, respondia Diego.

- Não. É a salvação. Padre que não apanha se bate. Dá no mesmo.

- Mas é pecado.

- Eu te absolvo, bate, porra.

E Diego batia. E Steves delirava. E quando acabou de delirar, esparramou-se na cama, suando e se sentindo a criatura mais abençoada de todos os tempos.

- Eu vou no banheiro!

- Vai, Dieguinho. Vai e volta. Quero tudo de novo.

- Tudo de novo eu cobro de novo.

- Mais 450,00.

- Deixa mais 30 e tá beleza.

Quando entrou no banheiro, Diego abriu a torneira do chuveiro e deixou a água cair. Mas el~e não entrou no box em seguida. Primeiro, verificou se a cãmera colocada estrategicamente filmou toda a loucura que acontecera a pouco através de um buraquinho na parede. Depois, colocou uma outra fita já que em breve, começaria tudo novamente.

- Padreco idiota!, sussurrou o puto. Mal sabe ele o que o espera.

Nota: Se você concluiu que Diego irá chantagear o Detetive Steves enganou-se. O seu plano é muito maior. Ele tem guardado, muito bem guardado, todas as gravações de todas as trepadas que teve com os padres que o procuram diariamente. O que ele pretende com isso? Elaborar um dossiê com todas as gravações e enviar ao Vaticano e pedir uma puta grana pro papa pra não divulgar essas imagens na internet. Ele acredita que a Igreja fará de tudo para que a devassidão que a envolve não seja de conhecimento de todos. De certa forma, Diego não deixa de ser um pouco ingênuo.

***

Uma hora depois, o Detetive Clayton deixou a sala de Rafael Neto. Ambos concordaram que duas mortes em curto espaço de tempo era mesmo uma coincidência. Ambos concordaram que a foto que o detetive recebeu tinha alguma coisa a ver com tudo isso. Ambos concordaram que o caso merecia uma investigação e que a mesma deveria ocorrer em segredo. Seria uma maneira de proteger as dançarinas e a emissora. Clayton só não concordou em oferecer proteção especial para cada uma das moças, pois a polícia não tinha dinheiro e nem homens suficientes para isso.

- Caso você realmente deseje essa proteção, terá que pagar por ela.

Rafael pensou por dois segundos e desistiu. Uma porque não queria gastar dinheiro. Outra porque qualquer moça morta poderia ser substituída rapidamente. E não se falou mais nisso.

Antes de ir embora, o Detitive fez mais um pedido a Rafael. Um pedido muito especial. E extremamente importante para a solução do caso. Mas este pedido também foi considerado um segredo entre eles, a ser guardado a sete chaves.

***

Ainda bastante aborrecida, Sheila saiu da emissora. Como sua apresentação para a imprensa fora adiada, ela resolveu seguir os conselhos de suas colegas de auditório e telefonou para a Paulette Blue. ( Se você não lembra quem é ela, procure reler os capítulos anteriores.)

- Oi Paulette. Aqui é a Sheila.

- Que Sheila?

- Dançarina do Domingo de Tarde.

- Codinome.

- Hã?

- Qual o seu codinome?

- O que é isso?

- Você é a mulher o que? Batata, Cenoura, Mandioca?

- Ainda não sei. Não escolhi. Na verdade, a TV resolveu fazer um concurso entre os espectadores pra escolher o nome. O vencedor ganha um jantar comigo.

- Sei.

- E então? Quero aumentar um pouco os peitos. Quando podemos marcar?

- Tá livre agora?

- Tô.

- Então pode vir! Já tem o endereço, não tem?

- Tenho. Minhas amigas já me deram.

- Ótimo. Estou esperando.

Paulette desligou o telefone. Quem a visse neste momento, teria absoluta certeza de que em seu rosto havia um sorriso sinistro e maldoso.